28 de dez. de 2010

Do alto, eu disse Adeus.

Saudade é tormento
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Parada, escondida no canto da sala eu vejo tudo acontecer. Pelos os meus olhos eu te vejo, eu te sinto, eu te chamo. Você não percebe, mas o meu grito ecoa na mente, chamando pelo teu nome. Tudo fica claro e, então, eu lembro que não mais vou poder te ver. Eu dou um passo pra trás e tento, mas não consigo mudar o que estou sentindo. Algo em mim fica mais forte. Algo em ti me faz fraca. Tudo é tao evidente. E eu ainda estou olhando você e tentando aceitar.

Tavez seja mesmo a hora de seguir em frente. Talvez seja mesmo a hora de desistir. Não por corvardia mas porque já não há mais tempo para te fazer mudar de idéia. Para te fazer olhar em outra direção. Talvez tudo isso tenha ido longe demais, tenha ficado sério demais. Bem mais do que eu poderia suportar. É hora de ir embora. Pra você não muda nada. Pra mim, tudo!

Duas vidas, dois sentimentos, duas direções. Nada a ser feito. Saudade. Você está no banho, eu também. Você pegou as chaves do carro e provavelmente dirigiu pela velha highway, eu também. Você foi encontrar seus amigos, eu também. Você sentou na mesa do bar e pediu uma cerveja gelada. Eu sentei no banco de espera e pedi um café bem forte para me manter acordada.

A madrugada chegou, você pegou as chaves do carro, eu não. Você percorreu de volta o mesmo caminho pela highway, eu não. Eu juntei minhas malas e as despachei com o coração na mão.
Na mesma madrugada em que você deu sequência a sua vida, eu modifiquei a minha. Algo pulava dentro do peito de angústia, de medo, de ansiedade. Já era tarde. Nenhum sinal.

Era alto e o avião tremia. Do alto, eu chorei. Do alto, eu mudei. Do alto, eu me despedi de você. Do alto, eu disse Adeus. E agora, o que eu vou fazer dessa saudade? O que eu vou fazer de tudo isso que era você?
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