Saudade. Poderia eu começar de outra forma? Não, por isso eu digo: eu sinto uma puta saudade! Saudade de acordar no meu quarto e dá de cara com a minha cortina improvisada. Saudade de me levantar emburrada, atrasada pra faculdade. Saudade do sol, do calor, do ventilador. É a falta da minha cidade, do meu país, da minha língua. É a falta desse povo que abraça, ri alto e não sabe nem o seu sobrenome. Falta do arroz, do feijão e, principalmente, da farofa. Saudade de tudo. Da faculdade, daquele velho banquinho, do trabalho feito de última hora. Tenho saudade do meu carro, do caminho que tenho decorado na cabeça e até do posto de gasolina. Mas o tempo passa e passa rápido. E um dia eu poderei sentir-me aliviada por saber que consegui. Eu olharei para trás e relembrarei todo o caminho percorrido, enquanto em minha frente estará a porta que me levará de volta pra casa!
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