Eu não sei dizer quando exatamente alguém deixa de querer as coisas por ela ou para ela mesma. No meio da aula, parada no trânsito e até sentada numa sala de reuniões, para discutir a próxima pauta, eu consigo te fazer prioridade e lembrar de você. Lembrar dos teus braços cruzados, da tua pele em cor bronzeada e do seu jeito distraído, ao lançar um sorriso acanhado. E eu logo penso no dia que eu vou te encontrar, no momento que você me olhar e o que pode ou não ser dito. Tudo fica agitado, iluminado e configurado como se fosse o bastante pra tudo. Pra mim.
Quantas vezes alguém mesmo precisa ver para entender os olhares vazios e o sorriso contido de quem diz "não" o tempo todo? Quantas vontades e respirações difíceis serão necessárias para que alguém entenda que não existe um ponto de encontro entre duas ruas paralelas? Porque será mesmo tão difícil aceitar que ele, talvez, não goste de vinho enquanto você espera por um jantar a sós? Quantos sinais óbvios serão necessários para que alguém entenda que não será ele quem te fará uma massagem nas costas ou que irá trocar o óleo do seu carro, quando for preciso?
Dia apertado. Horas corridas. Coração vazio. Corpo sem dono. E perca de tempo, pensando num plano pra te chamar de meu. Ou, num plano pra te deixar ir. Parece que tudo desaparece e não dura o suficiente para acompanhar essas várias tentativas arranjadas de te esquecer. Tentativas erradas, fracassadas e que possuem efeitos contrários e medonhos. É uma vontade de ter, de tocar e de sentir que parece não ter permissão para acabar ou simplesmente morrer. É uma lembrança segura, bruta e que permanece por entrelinhas de músicas românticas ou em fotos reviradas pelo quarto.
É uma vontade que nasceu, mas que não aconteceu. É um sentimento que existe mas que não foi vivido. É quase como um amor ofendido, que vai contra as regras e parece não ter conquistado a nota máxima pra te fazer sorrir de volta. E fica assim, como tá. Você de um lado, sorrindo em pontos "X's" e essa vontade, perdida pelos cantos, esperando por um jeito de ser levada para a tua área de cobertura, como se o amor fosse paciente, tranquilo e sem pressa de chegar e viver. Mas você não deve saber disso.
E quando alguém percebe mesmo que um "não" quer dizer muita coisa? E quantas milhas voadas serão necessárias para que alguém entenda que certas coisas não mudam? Como fazer alguém aceitar que ele não será aquele que te dará um beijo na cabeça, de leve, te pedindo pra ter cuidado e voltar pra casa logo?
Você diz que sente saudade mas nada será dito. E nada irá mudar. É porque você não vai me ensinar as regras do futebol americano, não vai me levar pra te ver jogar, não vai brincar com palavras difíceis para que eu não entenda e nem vai me pegar pelo braço e dizer, na sala de um dos seus amigos: vem, senta aqui! Você pergunta por mim, mas não vai me pedir pra não ir embora, nem vai me colocar no banco da frente do seu carro e me levar pra casa se eu beber demais. Porque é assim que você faz. Quando meu coração sorri por dentro e se ilude, você me deixa de lado e finge estar bravo com alguma outra coisa, só pra fazer aquela cara de sério e que não tem tempo para bobagens. Porque é assim que você é. E vai me fazer olhar no espelho pra tentar descobrir qual era o problema com a minha roupa ou se fiz ou falei algo desnecessário. Só pra me fazer encontrar uma desculpa e justificar o teu jeito errado, que não foi de encontro ao meu.
Só mais essa vez. E essa é a minha promessa, a minha dívida e o meu pecado. E é, também, o meu consolo para acreditar que tudo ficará calmo e tranquilo como deveria ser. A última vez. E esse é o meu ponto final e o dia de se desfazer de fotos salvas, camisas guardadas e de vontades aperriadas. É o dia de te dizer adeus e até nunca mais.
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Quantas vezes alguém mesmo precisa ver para entender os olhares vazios e o sorriso contido de quem diz "não" o tempo todo? Quantas vontades e respirações difíceis serão necessárias para que alguém entenda que não existe um ponto de encontro entre duas ruas paralelas? Porque será mesmo tão difícil aceitar que ele, talvez, não goste de vinho enquanto você espera por um jantar a sós? Quantos sinais óbvios serão necessários para que alguém entenda que não será ele quem te fará uma massagem nas costas ou que irá trocar o óleo do seu carro, quando for preciso?
Dia apertado. Horas corridas. Coração vazio. Corpo sem dono. E perca de tempo, pensando num plano pra te chamar de meu. Ou, num plano pra te deixar ir. Parece que tudo desaparece e não dura o suficiente para acompanhar essas várias tentativas arranjadas de te esquecer. Tentativas erradas, fracassadas e que possuem efeitos contrários e medonhos. É uma vontade de ter, de tocar e de sentir que parece não ter permissão para acabar ou simplesmente morrer. É uma lembrança segura, bruta e que permanece por entrelinhas de músicas românticas ou em fotos reviradas pelo quarto.
É uma vontade que nasceu, mas que não aconteceu. É um sentimento que existe mas que não foi vivido. É quase como um amor ofendido, que vai contra as regras e parece não ter conquistado a nota máxima pra te fazer sorrir de volta. E fica assim, como tá. Você de um lado, sorrindo em pontos "X's" e essa vontade, perdida pelos cantos, esperando por um jeito de ser levada para a tua área de cobertura, como se o amor fosse paciente, tranquilo e sem pressa de chegar e viver. Mas você não deve saber disso.
E quando alguém percebe mesmo que um "não" quer dizer muita coisa? E quantas milhas voadas serão necessárias para que alguém entenda que certas coisas não mudam? Como fazer alguém aceitar que ele não será aquele que te dará um beijo na cabeça, de leve, te pedindo pra ter cuidado e voltar pra casa logo?
Você diz que sente saudade mas nada será dito. E nada irá mudar. É porque você não vai me ensinar as regras do futebol americano, não vai me levar pra te ver jogar, não vai brincar com palavras difíceis para que eu não entenda e nem vai me pegar pelo braço e dizer, na sala de um dos seus amigos: vem, senta aqui! Você pergunta por mim, mas não vai me pedir pra não ir embora, nem vai me colocar no banco da frente do seu carro e me levar pra casa se eu beber demais. Porque é assim que você faz. Quando meu coração sorri por dentro e se ilude, você me deixa de lado e finge estar bravo com alguma outra coisa, só pra fazer aquela cara de sério e que não tem tempo para bobagens. Porque é assim que você é. E vai me fazer olhar no espelho pra tentar descobrir qual era o problema com a minha roupa ou se fiz ou falei algo desnecessário. Só pra me fazer encontrar uma desculpa e justificar o teu jeito errado, que não foi de encontro ao meu.
Só mais essa vez. E essa é a minha promessa, a minha dívida e o meu pecado. E é, também, o meu consolo para acreditar que tudo ficará calmo e tranquilo como deveria ser. A última vez. E esse é o meu ponto final e o dia de se desfazer de fotos salvas, camisas guardadas e de vontades aperriadas. É o dia de te dizer adeus e até nunca mais.
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