15 de ago. de 2008
Pagando pra ver
10 de ago. de 2008
O amor errado
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- Não, não era tempo de amar, não era tempo de sentir!
E quantas vezes você se falou isso? Ainda assim não foi o bastante e nunca o seria. Você quer acreditar que o que sente é uma grande bobagem e talvez até seja, mas você precisa acreditar nisso.
Você deseja ser um pouco mais prática e simplesmesnte tirá-lo da cabeça. Dói e, então, você tem vontade de colocar seu coração pra congelar porque, talvez, assim, ele esqueça essa mania de sentir demais. E será mesmo saudável se entregar assim? Você que nunca se impediu? Você que sempre adorou amores mal resolvidos, paixões proibidas e romances exagerados agora está aqui, implorando para ser menos. Sim, você quer ser menos intensa. Você quer menos entrega. Você pede, só por hoje, para esquecer o seu coração.
Você não quer mais se importar com ele. Afinal, de que lhe adianta tê-lo tão perto e, ainda assim, não poder sentí-lo. Certezas é o que você deseja porque brincar de advinhações já deu. Não dá mais. O abstrato já não é engraçado.
Você desabafa e diz que ele não precisa ser o que o seu coração deseja, mas também não tem o direito de se fantasiar como tal. E já não dá mais para aguentar as pistas confusas, os olhares que parecem querer dizer algo.
Deus do céu! Talvez tudo isso seja uma mera invenção da sua cabeça. E, talvez, não haja pistas, não haja segredos, não haja mistérios. Talvez o seu coração esteja enganado. Sim, talvez seja isso mesmo. Pena você gostar dele tanto assim.
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23 de jul. de 2008
Tudo Passa
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Sim, o tempo passa e as coisas mudam. Hoje não é o que ontem pensei que ia ser e o que parecia ser pra sempre já se acabou. Foi embora.
Aquele namorado. Aquelas briguinhas. Aqueles amigos. Aqueles planos. Aquelas aventuras. Não, nada disso ficou. E eu me lembro até hoje: me escondi por trás da fechadura do meu quarto. Eu culpei meio mundo, sofri e fui dormir chorando por noites a fio. Só que um dia, ao acordar com a cara amassada, eu me dei conta de que não era a pior crueldade do mundo e que eu podia viver sem aquilo. Afinal, tudo sempre muda, de um jeito ou de outro e não há culpas para distribuir.
Hoje eu tenho outros planos, outros amigos e outras aventuras. Mas tudo que passou não passou, assim, ao léu. Tudo deixa marcas e eu também fui marcada.
Não importa se foi com o choro mais calado, com a risada mais indiscreta, com a dor mais profunda ou com a alegria mais feliz. As marcas estarão sempre aqui e só eu sei como vou lembrar tudo isso.
O tempo passa e a gente só precisa se acostumar. Essa é a verdade. Nua e crua. Hoje eu entendo que a todo momento estou encerrando capítulos e o que se passa dentro de mim, isso só eu sei e talvez eu nem saiba!
A toda hora eu mudo de opinião! Mas não importa. Explicações não têm a menor graça! O bom mesmo é dar a cara a tapas, esperar o que vem pela frente e deixar pra trás TUDO, mas tudo aquilo que não funcionou!
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16 de jul. de 2008
Desde que eu te tenha por perto.
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Sabe quando você encontra alguém e logo se apaixona? E, então, fica estranho, confuso, tímido?
É o jeito dele de falar pelo canto da boca. É a cara dele de preocupado quando algo parece ter perdido o controle. É sentir o sorriso dele vibrar todo o seu coração. Ele não percebe, mas seus olhos percorrem sem demora por todo o corpo dele como se tivesse que ser seu. Basta saber que ele estar por perto e você já sente seu coração sufocado como se algo quase te fizesse perder o fôlego.
Ele te olha e é como se houvesse um sinal pra te alertar. Você deixa tudo de lado e num movimento obediente você também lança um olhar. E não tem jeito, você não se pertençe mais. Ele disfarça e você fica ali, paralisada. É questão de segundos.
Tudo parece voltar ao normal e quando você menos espera, ele já está bem perto. E o seu coração não tem sossego. E você não quer fingir. Até mesmo se quisesse, não daria. Você não manda mais em si. Seu coração está surdo e desgovernado.
"Eu não sei". É isso que você responde quando algo aí dentro vai perguntar como você deixa acontecer. "Eu não sei, eu não sei, eu não sei". Você apenas não quer perguntas. Afinal, você nem tem as respostas. Entender pra quê? Seja qual for a explicação, não vai adiantar. Não há o que fazer.
A porta já está aberta. Só esperando ele entrar. Não te interessa mais saber quando, como e porque aconteceu desde que você, ainda, o tenha por perto.
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26 de jun. de 2008
Um sorriso muda tudo
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Já era tarde e eu senti saudade do seu sorriso.
Alguém já se apaixonou por um sorriso? Alguém, pelo menos, acredita que isso seja possível?
Eu não acreditava. Não são dentes brancos, perfeitos numa estrutura dentária de causar inveja. É bem mais que isso. Tudo tem a ver com a pequena contração na barriga, com o corpo um pouco curvado e com os olhos quase fechados.
É um brilho no olhar, como se fossem lágrimas. É a boca aberta sem discrição, sem vergonha e sem malícia. É o jeito tímido que escapa. É o abstrato. É aquilo que misteriosamente chama toda a minha atenção. Sem exageros. Sem anormalidades. Sem ser estranho. Mas que, de uma forma ou de outra, me toma completamente. E então eu fico atônita, parada. Alguém me cutuca e eu pareço acordar de um sonho. Um sonho que constantemente vem abusar de mim.
Não é a piada. É o sorriso, o dele. É o suave movimento das maçãs do rosto que se adequam àquele jeito apaixonante. Como pode ser assim?
Era tarde, os minutos não passavam e mais do que lembrar do seu sorriso distraído, eu lembrei do jeito tímido em que te olho numa troca boba de palavras.
Você se aproxima, chega pertinho e eu te olho como quem tivesse prestes a mergulhar. E eu bem sei que o quero. Eu tento disfarçar, mas não dá. Eu sinto a tua pele e num gesto discreto deposito todo o meu coração, bem ali, na sua frente. Eu não sei como acontece, como funciona.
A verdade é que encontrar-te já não é o bastante. É o teu sorriso que me prende à você.
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20 de jun. de 2008
em busca da resposta salvadora!
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E, como sempre, Clarice consegue me traduzir:
"..queria poder continuar a vê-lo mas sem precisar tão violentamente dele.."
4 de jun. de 2008
maldita preguiça.
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15 de mai. de 2008
off to bed
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Eu não vou viver a espera de um novo amor. Não vou viver como alguém que só espera por frases doces, flores vermelhas e mãos dadas. Talvez seja hora de "deixar rolar". Não tenho medo da solidão e tampouco me assusto com o escuro da noite. Talvez seja hora de dar folga ao coração. Não por medo de se entregar, mas porque, mais cedo ou mais tarde, sempre chega a hora de andar sozinha. Trocar passos com a própria alma. Hora de tocar-se. Hora de perder tempo com as incertezas que já estão penduradas na ponta do cabelo por não mais agüentar a cela sufocante que é a mente.
Talvez essa seja a minha hora de desprender-se do que não me pertence e abusar do egoísmo. É comigo agora. Sem infratores, sem invasores, sem estranhos. Chega de fugir das feridas. Chega de tentar esquecer aquilo ou aquele que machucou. É tempo de verdades. Não as absolutas, porque ninguém aqui está querendo o que é padrão, correto ou provável. É tempo de verdades próprias. Chega de adiar, deixar pra depois do almoço. É hora de dar a cara a tapas. É hora de mergulhar nessa desorganização e perder a hora. Nada mais importa. É como se fechar pra balanço. Por mais que isso pareça e seja entediante. Mas a hora sempre chega para aquele que faz questão de emprestar o coração. Seja lá pra quem for.
Eu não sei se estou preparada mas isso não é grande coisa. Eu nunca sei. Então, que venham as verdades. Talvez seja mesmo a hora de revirar o lençol já bagunçado, se livrar de tatuagens e dar folga ao coração. Eu não tenho medo de ciladas ou buracos na estrada. Então, agora não Amor. Por enquanto deixa assim, como está. Eu preciso me desmarcar. Eu preciso ficar virgem novamente. Ainda não há espaço para você aqui. Uma vez, você me alugou e me deixou marcas e eu não me incomodei.
Eu sempre abri as portas porque te negar, Amor, nunca fez meu estilo. E você parecia que tinha lido o roteiro e sabia de cor as falas, as cenas e até as expressões faciais. Não precisava nem de ensaios. Pena que eu não estava muito a fim de seguir roteiros, regras ou dançar conforme a trilha sonora que você escolheu pra tocar. E você foi embora. Então decidi ter uma folga. Sem hora pra voltar a funcionar. E agora, parece de propósito, e você me vem em nova forma, nova embalagem e novo cheiro. Parece ter sido, mais uma vez, feito só pra mim. Pena que eu ainda não tenha zerado o meu cronômetro. Quem sabe mais tarde? Agora não.
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28 de abr. de 2008
Dividindo o táxi

Um dia de chuva forte. Ela acena com a mão e ele também. O táxi pára. Os dois se olham, esperando que um fosse gentil com o outro. Nada feito. Ele arrisca algumas palavras. Por sorte os dois moravam no mesmo quarteirão, embora nunca tenham se visto antes. Dividiram o táxi. Já estariam em casa. Eram apenas 14 quarteirões.
Ela queria estar sozinha. Seu cabelo estava uma bagunça. Sua roupa quase toda molhada. Estava odiando aquela situação. Ele estava tímido, desajeitado. Sabia que ela estava irritada. Então perguntou se ela gostaria que ele saísse do carro. Ele não queria, mas perguntou ainda assim.
A chuva estava forte. Ela respondeu com estupidez. Ela não estava num bom dia. Ele ficou assustado com tantas grosserias. Não sabia o que fazer. Achou melhor ficar quieto. Ela estava histérica. Parecia descontar ali, um problema enorme que carregava nas costas. Ele arriscava algumas palavras, mas não tinha jeito. Ela estava indomável. Ele não agüentou. Já tinha escutado demais e agora era a sua vez de falar. Os dois estavam discutindo alto. Pareciam duas crianças brigando pelo último pedaço do chocolate. O motorista já estava ficando bravo com tanta grosseria, mas preferiu não se meter.
Já estavam perto de casa quando os dois se calaram ofegantes. Não demorou muito e agora ele começou a se explicar, tentando ficar em paz com a “colega de táxi”. Ela estava impaciente. Ele continuava procurando uma forma de resolver o mal-entendido. Não adiantava. O esforço dele era inútil. Ela não “baixava a guarda”, mas ele não desistia. Afinal, ela era linda.
Eles sabiam que logo, logo tudo ia acabar. Mas ela bem sabia que não queria chegar em casa enquanto não se desculpasse por todas as grosserias ditas, mas lhe faltava coragem. Os dois desejavam, agora, estar em câmera lenta.
Ele, pelo canto do olho, observava como o vento bagunçava o cabelo dela de uma maneira irresistível. Ela, assim, parecia inofensiva. Os dois queriam pedir desculpas. Mas como? Por onde começar? Os dois não conseguiam parar de se olhar. Ela com o cabelo bagunçado e ele todo molhado.
Eles já estavam chegando e tudo não podia terminar assim. Foi quando ela criou coragem. Perguntou, sem rodeios, se ele tinha se mudado há pouco tempo ou se já morava mesmo no bairro. Ele ficou surpreso e preferiu não comentar sobre o ocorrido. Fingiu que nada aconteceu e respondeu que morava ali há dois meses. Ela o fitou por alguns segundos. Ele tinha uma voz sedutora.
Ela deu um sorriso e disse “foi um prazer dividir o táxi com você”. Ele retribuiu ao sorriso simpático e meio que arrependido. Quando estavam no penúltimo quarteirão, ele disse seu nome, esperando que ela também se apresentasse. Mas logo eles iriam descer e ela não respondia. O táxi parou, ele ficou atônito com o silêncio. Ela passou a mão pelos cabelos, olhou em direção a ele: “meu nome é Olívia” e desceu do carro. Ela já estava indo embora, balançando os cabelos úmidos com charme. Ele, com o sorriso eufórico e quase exagerado, desceu do carro.Os dois estavam satisfeitos e andavam em direção contrária. Mas o que importa? Eles sabiam que logo logo iriam, mais uma vez, se encontrar.
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8 de abr. de 2008
deixa ser, deixa estar.

Ela está num momento muito dela, de mais ninguém. Ela quer estar sozinha. Não presa na solidão, apenas sozinha. E mesmo se estivesse, a solidão lhe dá forças. Ela não tem medo de se abrir, apenas, por enquanto, quer se fechar um pouco. Quer refletir, pensar, enlouquecer. Ela não pensa no que fez e tampouco se preocupa com o que poderia ter sido diferente. Talvez seja hora de fechar as portas. Não que ela goste disso, mas o coração pede, exige. Ela não está triste e nem quer chorar, apenas quer esse momento pra ela. E se for preciso vai chorar, vai sumir, vai, ela mesma, se estranhar. Pode não ser nada, mas ela estará lá. Por esse instante não quer amigos, não tá nem aí pros inimigos. Agora, é ela por ela mesma. Sem avaliaçãoes. Sem sugestões. Apenas deixa ser, deixa estar.
19 de fev. de 2008
coração quieto. mundo estranho..
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Meu coração sente uma intensa repulsa por rimas formadas, por alegrias controladas. Eu gosto é do transitório. Eu tenho admiração nata por quem rir do ridículo. Eu me excito com gente que ri alto. Alegria calada é triste. E eu pergunto: cadê os versos sem rimas da minha vida? Em meu coração habita um ser que grita em meus ouvidos, cobrando por menos "quase sempre". Talvez ele tenha cansado dessa constância. Há uma vontade tão intensa de fugir desse mundo invariável que me deixa exausta.
Eu exijo que meu mundo não volte para o mesmo lugar ou, então, eu não vou aguentar esse ser me atormentando por não querer mais esse tal de "quase sempre". Ele exige mudanças e viver à risca do que é estranho. Há em mim uma sede incontrolável de explodir, de me permitir. Não quero o meu coração no modo "stand by". Isso me rouba as energias, sem proveito algum. Eu quero gastar as pilhas, descarregar as baterias com toques violentos, olhares marcantes e alegrias exaustantes.
Eu sou feita de uma alma exaltada, impaciente e cheia de saudade. Pronta para provar, para experimentar. Pronta para se envolver. Tenho a voz calada e tímida, mas há em mim a ansiedade que esgueira-se por entre os meus gestos e as minhas mãos. Aqui estou eu, lutando para que meu mundo não volte. Lutando para que o meu coração sinta. E que esse ser que habita em mim não mais grite, suplicando por menos e por mais, ao mesmo tempo.
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13 de fev. de 2008
poderia ter bagunçado menos?
9 de fev. de 2008
sem paciencia pro coracao!
Como escutar um não de quem você ama e não querer chorar?
Como vê-lo jurar amor à outra pessoa e não sentir o coração quebrar?
Me diz. Eu insisto. Como estar com a agulha e a linha na mão, terminando de costurar o coração e, de repente, sentir que o nó não foi bem dado? Sentir que a linha se solta aos poucos e faz doer?
Licença, mas acho que vou colocar meu coração pra congelar.
5 de fev. de 2008
pobre menina a sonhar
Ela insiste em viver um amor surreal. Insiste em exergar o que não existe e fazer disso o bastante. Talvez porque o coração não esteja disposto a se entregar assim, de cara, num amor real. Logo ela que sempre achou que pensar demais era perca de tempo. Logo ela que não tá para fingimentos.
Talvez ela acredite que o sonho que a invade, mesmo estando de olhos abertos, seja o bastante para lhe provocar a volúpia que seu corpo e sua alma exigem. E desse sonho ela não se desfaz. Ela tem o poder de voltar quando quiser. Voltar de onde parou. Ela tem o poder de mudar o que fere. E seu mundo fica estático, imóvel. Paralisado naquilo que não é real. E ela perde tempo, imaginando como seria romântico.
Tudo, ao mesmo tempo, acontece e não acontece. Apenas não existe e, ainda assim, a faz suspirar. A verdade é que ela sabe que ninguém vive de sonhos e ela quer, por tudo, sentir. Seja um puxão de cabelo que for, mas ela exige ser tocada. Com palavras, com mãos calorentas ou com olhares transitórios, mas que a faça sentir. Ela não consegue enxergar o mundo que existe além dos seus olhos. Ela, simplesmente, se rende a um mundo inventado, a um mundo surreal. Feito por ela e para ela. Pobre menina a sonhar.
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4 de fev. de 2008
Quero brigadeiro
Feriado de carnaval. Estou em casa. Haja pensamento pra tirar do armário. Não tem jeito. Eu desisto, a desorganização é grande. Entendo uma parte e na outra desisto! É sempre assim. Um ciclo. Minha vida roda, roda num instante. Tamanhas e tolas são as voltas do meu coração. Eu já aceitei. eu vivo num ciclo de entender e não-entender. É assim que tem que ser. Já disse. Não tenho o controle de mim. No quarto mais escuro. No feriado mais calmo. Eu entrego os pontos. E penso. E surto. Tá. o que eu pensei? Essa listagem é impossível. os pensamentos me escapam. Sim, eles têm vontades próprias. Preciso de algo que me prenda a atenção. A preguiça grita em mim e pensar exige muito esforço.
cadê meu brigadeiro? só assim pra esquecer o coração.
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o último biscoito.
Quem nunca se sentiu o último biscoito do pacote?
.e será ele o mais esperado ou apenas o que sobrou?
se é bom ou se é ruim. eu não preciso saber.
hoje não há coração pra lamentar.
isso, me toque!
Às vezes a bagunça que se encontra aqui está tão abusiva, tão arrogante que me cansa. Nunca fui corretíssima. Quase nunca fiz o que era totalmente certo, normal ou cabível. Sempre tive meus dramas, meus surtos, meus exageros e minhas saídas escondidas. Nunca fui tão comportada, como parecia. Não sou de sorrir pra todo mundo, afinal nem todos precisam gostar de mim. Perturbo-me com qualquer sorriso torto. Sou de mudanças. Num dia ‘não vou com a sua cara’ e no outro eu me apaixono. Quase nunca estou pra padrões, mesmo porque sou passageira, dividida. Mudo feito a moda. Eu não estou aqui para verdades absolutas ou rimas na ponta da língua. Então não finjo felicidade. Minha vida não é feito uma equação de álgebra. Eu gosto do imprevisível, do espontâneo. Detesto essa mesmice tediosa e inevitável. Por isso vôo em pensamentos. Por isso me afogo em palavras e faço delas a minha festa ou a minha loucura. Venha-me com o coração na mão, com a saudade te tirando o fôlego e completamente à flor da pele. Eu quero alegrias gritantes. Quero gente falando e me tocando de forma exaustante. Sim, quero que me toquem. Quero que do meu coração saiam faíscas. Não quero mais o médio, o morno ou o raso. Estou pronta para alturas ofegantes e para o “frio e o quente” que você quer me dar. Eu estou pronta para acreditar em profundidades. Pronta para abrir as asas e aprender a voar.
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Vibe positiva
Preciso organizar meus pensamentos, minhas emoções, minhas vontades. Cansei dessa bagunça que não me traz brilho aos olhos. Não há mais espaço para pensamentos negativos, emoções forjadas e vontades idiotas. Se for pra bagunçar, então que seja uma bagunça de boas vibrações. Eu permito que aquilo que me faça sonhar, sorrir e amar entre e promova festa dentro de mim. Com direito a bebida grátis e muita pegação. Mas eu não quero cultivar o que me faz mal.
Meu coração tá com fome do que engorda de um jeito que faz bem à cabeça, ao corpo e à pele! Então, você aí que tem apenas um sorrido feliz e uma vibe positiva, vem! Pode entrar! Venha apenas com o coraçao na mão e com toda a emoção à flor da pele! Eu não quero mais gente sem nada por dentro. Cansei de todas elas.
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êpa tempo!
"Oh! que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais..."
E que saudade eu tenho, siim! Mas não quero voltar no tempo. E nem quero ir embora pro futuro. Quero tudo do agora! Nada de máquinas do tempo. Sabe-se lá se vou gostar ou não do meu futuro né?? Então, deixa pelo menos eu viver sem saber onde vai dá. Imagina se eu consigo uma máquina do tempo e vejo um futuro desastroso? Sem emprego, sem marido e com toda a frustração visível no meu corpo, na minha cara e, pior, na minha cabeça??? Quer saber, não tô dando conta nem das minhas responsabilidades, imagina querer assumir as do Tempo. Deixa o Tempo trabalhar porque se ele ocupado às vezes atrapalha imagina ele tirando férias!
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o tal do banho de brilho..
E que vontade de fazer algo estúpido! Você já experimentou? Dou a maior força! Vontade de sair um pouco do meu mundo. Conhecer desejos inéditos, mentes estranhas. Vontade de dançar. Sacudir os cabelos. Cachaça ou conhaque e tentar esquecer o mundo num instante. Esquecer perguntas chatas. Decisões difíceis. Talvez surtar um pouco, mas sair dessa mesmice aguda e tediosa. Vontade de sair com o som na mão, tocando uma música que me entope os ouvidos. Cantar. Desafinada. Barulhenta. Feliz. O telefone toca. E quem liga? Deixa pra lá! Devaneios. Desconexos. Filosofias baratas. Talvez seja melhor parar de dar banho de brilho nos cabelos. O meu cérebro já está sendo afetado!
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Aperriada feliz
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Eu quero sentir a emoção de ver o pôr do sol todo dia, seja num fim de tarde sem muitas novidades ou num dia em que o meu riso esteja solto na boca. Eu não tenho medo da morte, eu tenho medo de não viver como deveria. Aliás, eu tenho medo dos dois.
Às vezes tenho raiva quando sei que perdi ou estou perdendo tempo com coisas fúteis. Mas aí, eu percebo que isso também faz parte. Se olhar por outro lado o que é fútil pode me gerar boas gargalhadas. A decisão de rir ou não está em mim. Porque que a gente insiste sempre em classificar o que é bom ou ruim baseada em teorias superficiais e monótonas?
O bom mesmo é viver do jeito perturbador. Não sei você, mas eu quero sentir. Eu preciso sentir, seja lá o que for. Não aguento um coração quieto, como se tivesse cansado da vida. Eu quero algo que me prenda a atenção e mexa com as minhas emoções. Eu não quero o que não é nem quente e nem frio, nem bom e nem ruim, nem forte e nem fraco. Tô cansada do lado morno da vida. Eu quero os dois, a toda hora. Sem restrições, sem ladainhas, sem sermões. Eu quero o forte e o fraco e porque não?!
Essa vida de “mais ou menos” não tem graça. Eu quero confidências fortes, eu quero segredos loucos, eu quero tapa na cara de coisas intensas. Eu quero mover o meu corpo num ritmo provocador, seja de ódio ou de paixão. Eu só não faço questão do “nem isso e nem aquilo”. É severo, mas quando menos se espera, tudo some e eu não quero pular nenhuma fase. Eu quero me permitir. Eu quero o vento forte batendo no meu rosto e sacudindo as minhas bochechas, eu quero perder o ônibus, tropeçar numa pedra e conseguir rir disso tudo. Ou não e ficar com raiva e soltar quinze palavrões se isso for possível e preciso, sem que eu me sinta criticada ou rotulada.
Eu quero ter permissão pra ficar triste e feliz no momento exato pra mim. Eu quero a água salgada do mar banhando e ressecando os meus cabelos. Eu quero sair com os amigos e voltar pra casa bem tarde, mesmo sabendo da prova no dia seguinte. Eu exijo que minha vida me faça penar, suar, brigar ou até mesmo pagar um mico daqueles, mas que ela não me faça dormir arrependida por não ter feito. Eu exijo que ela me faça sentir o bom e o ruim, tudo ao mesmo tempo, mas que ela não me venha oferecer de novo esse tal de “mais ou menos”, esse tal de "o que viver". Senão, por favor me diz, qual é a graça?
É o bastante para uma alma com fome.
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Feliz Ano novo! .. .. SUA VACA!
Sim, um novo ano já está chegando. É engraçado mas o 'ano novo' carrega em seu título um número incrível de grandiosas expectativas. O reveillon inspira o desejo de recomeçar. Seja decidir emagrecer pra valer e seguir aquela dieta brochante ou guardar dinheiro e depois acabar gastando tudo em cosméticos.
Na verdade, não importa o que seja porque há sempre aquela inspiração de mudar. Não é só roupa nova ou cabelos escovados num brilho quase nunca visto. É bem mais que isso. É irônico como as pessoas depositam na madrugada de um novo ano, o marco inicial para uma nova vida. Pena que poucos são os que percebem que ano novo e vida nova não são nada se não buscamos um pouco mais de humanidade. Depois da madrugada de fartanças, gargalhadas num ambiente em que todos se unem e arquivam as diferenças, o sol volta pela manhã e mais um dia surge. Aqueles que se odeiam voltam a não se suportar porque a mágica do reveillon não continua. É fugaz. Foge numa rapidez incabível.
A idéia de estarem unidos na tentativa de aceitar os defeitos, simplesmente, some. Desaparece com a rapidez que não permite flashes. E o que adianta tanta alegria, tantos sorrisos aparentemente felizes se depois da madrugada todos pegam de volta a arrogância que foi guardada no armário? Não valeria mais a pena se todos pensassem assim: " nesse ano que está chegando, eu tentarei ser mais paciente e aprender a perdoar e a aceitar os outros" ? É uma pena que isso não aconteça.
É uma pena que o ano seja novo mas que as pessoas continuem egoístas, covardes e desamorosas. É uma pena que a vida continue no mesmo ritmo não muito sedutor e totalmente repugnante. Seria de uma primazia imensa se todos desejassem ser mais solidários com a mesma dedicação que possuem ao desejar ganhar mais dinheiro.
Seria de uma primazia imensa se, ao desejar Feliz Ano Novo pra alguém não significasse, na verdade, a vontade enrustida de gritar SUA VACA. Será esse um desejo impossível?
A gente espera que não.
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Assim como Rubem Braga:
"Desejo à todos um FELIZ ANO NOVO com muitas virtudes,boas ações e alguns pecados agradáveis, exultantes, discretos e, principalmente, bem sucedidos".
então, Viva a ESPONTANEIDADE!
Sorrir demais, pra quê??
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Tô cansada de gente chata. Cansada de gente que fala, fala e não diz nada! Gente que tem um nariz arrebitado, uma cara lavada e um coração inútil.Tô cansada, de verdade, dessa gente que te olha - analisa. Não sei você, mas eu não tenho paciência pra gente prestativa demais. Fico confusa com aqueles risinhos exagerados e que você não consegue distinguir entre o simpático e o forçado para definí-los.
Eu me canso de gente que quer parecer estar bem sempre. Eu não entendo pra quê forçar tanto. Aqueles sorrisos camuflados são os piores. Ser educado sim,mas fingir felicidade? Não, isso não. Bom mesmo é agir com o coração. Tudo bem que você queira espantar a tristeza com um sorriso. Mas isso muitas vezes não funciona. Então, que tal expulsar logo aquilo que está machucando? Todos temos um coração que sente!
Às vezes se está bem e outras, não. Bom mesmo é ter um sorriso feliz, estar com o coração na mão, com a alma saltitante e com a felicidade à flor da pele. Ninguém precisa mostrar felicidade o tempo todo pra ser gentil, educada e adorável. Ninguém precisa camuflar sentimentos. Na boa, pra quê colecionar mágoas? Melhor mesmo é deixar extravasar.
Existem coisas que nos ferem de uma forma tão severa que nem adianta esse papo de "enxergar o lado bom da vida" porque, ainda assim, elas nos machucam e ainda é preciso superá-las. Então, que o riso seja sincero e feliz pra fazer valer a pena. Sorrir querendo chorar acaba com a beleza, tão rara, de ser espontâneo. O melhor é chorar, é expulsar tudo que incomoda e que machuca. Sorrir pra tentar aliviar a dor? Sim! Mas sorrir pra agradar os outros? Jamais.
Ninguém nunca nos entenderá tão bem para que possa nos conduzir. Então, bom mesmo é agir conforme a música que toca dentro de si.
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Nem tudo tem um porquê
"...Entender é sempre limitado. As coisas não precisam mais fazer sentido. Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada..."
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Não, eu não sei bem quem sou. Sou cheia de indecisões. Sou cheia de sonhos. Cansei de tentar me decifrar, tentar me definir. Sou estranha. Sou complicada. Sou esquisita. Sou de fases. A verdade é que eu sou uma bagunça de certo. Tentar me entender é o caminho mais curto para me encher de mentiras e entrar na moda do 'padronizar'. Sim, padronizar os sentimentos, as verdades, o certo, o imoral. E isso, eu bem sei que não quero.
Eu quero mesmo é explodir minhas emoções e não guardá-las num potinho. Não tenho medo de rir das minhas mancadas. Eu gosto do confronto: eu versus eu mesma. Não temo ridicularizações. Eu faço de tudo mas não deixo o dia escapar. Eu mergulho, eu me entrego e nem sei o que é 'razão'. Pensar leva muito tempo e o meu coração é apressado. É impaciente demais para esperar. Eu gosto do espontâneo. Eu gosto do inventado. Já percebeu que quanto mais pensamos, menos sentimos? Então, evito pensar e perder tanto tempo buscando a melhor forma de IR sem se magoar quando voltar.
Eu gosto do improviso e este não combina com raciocínio. Prefiro correr o risco de sofrer do que o risco de perder aquelas boas e sinceras gargalhadas. Eu me permito sentir, eu me permito extravasar. Acho até mágico o cair das lágrimas. Por isso, eu odeio quando meu lado inútil e covarde insiste em “dar as caras”. Quando insiste em me alugar. Eu tenho pavor das minhas crises de medo. Minha cabeça dói e fico com uma expressão nojenta e mal humorada.
Então, apenas me respeite, porque até mesmo eu não me suporto. "E se me achar esquisita,me respeite também, até eu fui obrigada a me respeitar" , já disse Clarice Lispector.
Os meus sentimentos são de uma intensidade tão absurda que, às vezes, tudo que eu queria era ser menos. Menos intensa. Menos exagerada. Minhas fantasias, meus sonhos me consomem de tal forma que já não cabem em mim.
Talvez eu me sinta bem, me limitando a não entender.
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um passo a mais.
•.
Parei e olhei pra tudo que já tinha deixado. Percebi quão longo era o caminho empoeirado que já havia percorrido...Fiquei espantada quando me vi confusa e sem mais saber onde daria aquela direção. Olhei mais longe e vi o sol se pondo num horizonte tão diante a mim. E, novamente me senti aconchegada. Parecia que estava indo pra casa.
E ali fiquei, paralisada... Como se o meu mundo se resumisse naquele instante... Como se fosse o bastante... E era...
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se retirar.
Eu estava deitada, escutando Michael Bublé - home. Não sei dizer exatamente o porque, mas essa música me toca de uma forma alucinante. É automático. Ela toca. Eu enlouqueço. Eu me embebedo em pensamentos. Eu quase me afogo nesse mergulho inevitável na alma. E eu senti vontade de ficar em casa. Senti vontade de me refugiar naquele lar de lembranças. Vontade de reviver o que passou. O que não volta mais. E eu vi que o meu sonho é apenas o meu sonho. E por mais que eu quisesse, nem tudo soa como achamos que deveria. E então, uma voz profunda me alertou. Me incomodou, gritando que eu não poderia carregar comigo o que me era tudo. Os sorrisos de antes. Os sorrisos de agora. Nada. E olhei em minha volta tudo o que me era feliz. E queria só pra mim. Mas, tudo estava concentrado em nada. Imerso na ausência do agora em diante. Eu poderia até ter me sentindo sozinha. Falho. Mas não, não foi isso não. Envolvida nessa transparência da minha alma, eu percebi que existe um lado em mim que é impossível abandonar. Oh, I miss you, you know. Sim , eu tenho saudade. Da infância. Da ingenuidade. Do perigo perdido na inocência. De você. I just wanna go home. E deitar na minha cama novamente. Sonhar. É como se eu tivesse que ir. É engraçado. Essa música desperta em mim a ânsia incontrolável de permanecer em mim. De não precisar de mais nada. A não ser de um lugar tranquilo (lembrei da praia na ilha de florianópolis) onde eu possa me perder nesse labirinto de palavras. Toques. Olhares. E defeitos do meu lar. Do "dentro de mim". Do que é meu. Do que me basta. E é verdade. Por alguns instantes, é possível acreditar que a bagunça do meu lar. Do meu peito. É o bastante. E tão somente, o bastante para não ignorar o mundo que eu conheço tão bem. E assim, tão somente, ser feita de saudade. Feita de sonho. Let me go home It all will be alright I'll be home tonight...
take your time!
Sabe, hoje eu acordei pensando nas minhas decisões. Nas escolhas que devem ser tomadas. Nas prioridades que devem ser reveladas na minha vida. Mas, porque esse desespero agora? Na verdade, eu bem sei o 'porquê'. A sensação de velhice é horrenda! E olha que acabei de entrar na casa dos 20... Isso acontece porque as pessoas têm a mania de depositar nessa década todo o futuro das suas vidas: "É agora que as coisas da sua vida precisam tomar rumo" Precisam? Como assim? Nossa, que responsabilidade. É como se todo o seu destino tivesse a obrigação, o dever de ser sentenciado nessa década. Os 20 e poucos anos. Caso contrário, é como se nada mais pudesse ser conquistado, pudesse criar rumo. São bobagens.Toda hora é o agora para fazer acontecer. Para fazer valer a pena. Não importa que tenha 20, 30 ou 40. O importante é satisfazer a alma. O importante é seguir em uma direção que possa lhe causar entusiasmo, que possa oferecer prazer, loucura e "gostinho de quero mais'. Chega dessas limitações. Auto censura é algo deprimente e angustiante. É a pior de todas as censuras. Sem dúvida. Bom senso é o bastante. A sociedade tem necessidade de rotular. E o pior, é que a maioria permite que haja tal rotulação. Eu sempre quis saber: quem determinou o grau de sanidade? Quem determinou o que é feio, o que é bonito ou o que é imoral? Por favor, eu insisto, quem padronizou os sentimentos? Amar o bonito, desprezar o feio e o imoral. Rótulos só servem para impedir a espontaneidade. E é disso que preciso. Eu quero mesmo é ser menos planejadinha. Ser menos previsível. E deixar acontecer. Deixar as águas rolarem. Clichê? Quer mais clichê do que essa sociedade rotulada, previsível e desgastada? Eu quero mesmo é ser espontânea. É ser e ter a minha realidade. Não sou rebelde. Só quero mesmo é ter o meu tempo. O tempo certinho para as minhas conquistas, minhas escolhas, minhas decisões. O tempo certinho, feito pra mim. Querer muito? Tavez, mas posso tentar. Na hora errada, as palavras enfraquecem. Fico sem voz,. Fico sem ação.
A verdade, é que o meu coração não funciona sobre pressão
Pés no chão do coração

Eu quero pra sempre essa energia boa dentro de mim. Por mais que os medos e as indecisões insistem em existir, meu coração está tranquilo. Sabe aquela vontade de seguir em frente, mesmo sabendo que pode ser um passo errado e que num futuro incerto eu possa me encontrar cheia de amarguras? Não me faz mal, agora não. Eu sei, eu sinto que se eu desistir, eu nunca vou me perdoar por isso e minha vida se resumirá sempre naquela dúvida dolorosa: e se eu tivesse continuado? E se tivesse dado certo? Quer saber? Eu não quero essa dor impiedosa no meu peito. Eu não aguentaria. Eu quero mesmo é ir a luta, assim como no Poderoso Chefão. Chega de permitir que o medo decida o meu caminho. Até o dia em que eu mudar de opinião, eu vou acreditar no que acho certo e vou à luta. Com receios sim, mas principalmente com coragem. Coragem de fazer e de ser. Se nada for real aí eu sei que precisarei ser perseverante para começar tudo outra vez. Mas eu sou uma metamorfose ambulante. Mudo o meu rumo, mudo de opinião, mas não desisto de procurar por aquilo que me faz bem. Chega de conselhos: 'ponha os pés no chão'. Obrigada,mas comigo não. Eu vou sim fincar meus pés, mas no chão do meu coração. Vou colocar os pés na estrada da minha alma. E vou em busca do que é certo pra mim, nem que seja por enquanto. O que me importa é o agora. Chega de ontem, chega de amanhã. E se tudo der errado, não viro hippie não. O bom mesmo é voltar pra estrada e seguir em outra direção. É, é isso que devo fazer. Fincar os pés? Só se for no chão do meu coração.
Cartão de memória
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"Não, meu coração não é maior que o mundo. É muito menor. Nele não cabem nem as minhas dores. Por isso gosto tanto de me contar. Por isso me dispo, por isso me grito..."
Insisto em dizer que meu coração é muito menor do que tudo que eu posso sentir. No meu coração, assim como fala Drummond, não cabem nem as minhas dores. Não suporta a responsabilidade de minhas paixões, dos meus desejos impossíveis. O meu coração tem uma capacidade tão pequena para tantos sonhos, tantas dores, tantas incertezas. Talvez seja por isso que eu necessite tanto de palavras ou de possíveis explicações para alimentar o que está vazio.
Eu sou feita de frases ambíguas, de versos sem rimas. E eu preciso tentar me entender. Eu preciso aprender a viver com o que me amedronta, o que me atormenta e que, ao mesmo tempo, me faz querer viver. Viver pra me entender. Viver pra me buscar. Sabe quando você acredita não precisar de mais nada, a não ser você mesma e depois de um tempo você percebe que só a sua alma não é o bastante? E que você precisa compartilhar suas dúvidas, suas incertezas por que dormir com elas está se tornando uma tarefa cada vez mais árdua e impetuosa? Sabe quando você sente que precisa de alguém que saiba entender o que ocupa a sua mente da maneira que você precisa sentir?
Não é questão de busca incansável pelo outro. É a busca que você precisa ter na ânsia de encontrar a tradução da sua alma. Que confuso. Mas é assim que acontece. Eu estou me sentindo em minha pior versão. E eu preciso que alguém de carne e osso me entenda e me faça acreditar que as mudanças podem me fazer bem. E que às vezes, o que é ruim se torna bom. E o que dói, um dia conforta de maneira que me faça feliz por ter sentido tal dor em meu peito.
Eu preciso que alguém me toque sem encostar um só dedo em mim. Eu preciso que alguém toque a minha alma. Eu necessito ser, delicadamente ou bruscamente, tocada. Mas eu insisto que uma pessoa só me faça mergulhar em verdades. Por mais doloroso que isso possa ser. Não quero mentiras. Não quero gentileza. Eu quero o real. Eu insisto em ser compreendida de maneira nua e crua. Sem exageros, sem receios. Apenas o nu e o cru da minha alma.
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Sem asas pra voar
Sabe quando aqueles dias sem inspiração batem na sua porta e dizem: Resolvi te visitar! Pois é, esses dias estão hospedados aqui na minha alma e nem a diária querem pagar! (E olha que o tempo é longo e o custo é alto!)
A minha vida anda sem novidades empolgantes. Aquelas do tipo que você tem vontade de abraçar o mundo inteiro e acreditar que todas as pessoas apenas te querem bem. Não que eu esteja defeituando a todos e nem queira abraçar todo o mundo. Só não tenho a sensação de querer voar. E eu não preciso de muito. Bastam boas gargalhadas e alguns quilos a menos. Sei lá.
Talvez eu queira culpar os dias quando a responsabilidade de não estar inspirada é completamente minha. Agora minha mente está cheia de outras ilusões. Aliás, está quase estourando de tanto pensar, imaginar, sonhar. Esse é meu problema: fantasiar demais. E aí, quando a realidade toca em mim o meu coração sente o impacto desse meu "descontrole" emocional. Quem dera eu poder me iludir menos, desejar menos. Fantasiar menos.
Quem dera eu não me decepcionar tanto com acontecimentos contraditórios e esperanças matadas na unha. Quem me dera não ser tão intensa em meus pensamentos e não sentir o coração batendo tão forte a ponto de me deixar sem ar. Quem me dera não me pegar deitada na cama, criando ilusões, fantasiando a minha vida como se não tivesse chances de dar errado.
Quem me dera, por uma vez, deixar a tensão de lado e acreditar que posso sim fazer com que tudo dê certo. Mas como?! Minha mente cria mil realidades pra mim, sem mesmo que eu desconfie. Apenas acontece. E minha alma flutua diante de sorrisos baratos e eufóricos, olhares intensos e viajantes e quando eu menos espero, a realidade me toca e me traz de volta pro meu mundo real, chato e sem brilho. Por enquanto, eu diria?!
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