4 de fev. de 2008

Nem tudo tem um porquê

11 de dezembro de 2007

"...Entender é sempre limitado. As coisas não precisam mais fazer sentido. Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada..."

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Não, eu não sei bem quem sou. Sou cheia de indecisões. Sou cheia de sonhos. Cansei de tentar me decifrar, tentar me definir. Sou estranha. Sou complicada. Sou esquisita. Sou de fases. A verdade é que eu sou uma bagunça de certo. Tentar me entender é o caminho mais curto para me encher de mentiras e entrar na moda do 'padronizar'. Sim, padronizar os sentimentos, as verdades, o certo, o imoral. E isso, eu bem sei que não quero.

Eu quero mesmo é explodir minhas emoções e não guardá-las num potinho. Não tenho medo de rir das minhas mancadas. Eu gosto do confronto: eu versus eu mesma. Não temo ridicularizações. Eu faço de tudo mas não deixo o dia escapar. Eu mergulho, eu me entrego e nem sei o que é 'razão'. Pensar leva muito tempo e o meu coração é apressado. É impaciente demais para esperar. Eu gosto do espontâneo. Eu gosto do inventado. Já percebeu que quanto mais pensamos, menos sentimos? Então, evito pensar e perder tanto tempo buscando a melhor forma de IR sem se magoar quando voltar.

Eu gosto do improviso e este não combina com raciocínio. Prefiro correr o risco de sofrer do que o risco de perder aquelas boas e sinceras gargalhadas. Eu me permito sentir, eu me permito extravasar. Acho até mágico o cair das lágrimas. Por isso, eu odeio quando meu lado inútil e covarde insiste em “dar as caras”. Quando insiste em me alugar. Eu tenho pavor das minhas crises de medo. Minha cabeça dói e fico com uma expressão nojenta e mal humorada.

Então, apenas me respeite, porque até mesmo eu não me suporto. "E se me achar esquisita,me respeite também, até eu fui obrigada a me respeitar" , já disse Clarice Lispector.
Os meus sentimentos são de uma intensidade tão absurda que, às vezes, tudo que eu queria era ser menos. Menos intensa. Menos exagerada. Minhas fantasias, meus sonhos me consomem de tal forma que já não cabem em mim.

Talvez eu me sinta bem, me limitando a não entender.
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