5 de fev. de 2008

pobre menina a sonhar

06 de fevereiro de 2008

Ela insiste em viver um amor surreal. Insiste em exergar o que não existe e fazer disso o bastante. Talvez porque o coração não esteja disposto a se entregar assim, de cara, num amor real. Logo ela que sempre achou que pensar demais era perca de tempo. Logo ela que não tá para fingimentos.

Talvez ela acredite que o sonho que a invade, mesmo estando de olhos abertos, seja o bastante para lhe provocar a volúpia que seu corpo e sua alma exigem. E desse sonho ela não se desfaz. Ela tem o poder de voltar quando quiser. Voltar de onde parou. Ela tem o poder de mudar o que fere. E seu mundo fica estático, imóvel. Paralisado naquilo que não é real. E ela perde tempo, imaginando como seria romântico.

Tudo, ao mesmo tempo, acontece e não acontece. Apenas não existe e, ainda assim, a faz suspirar. A verdade é que ela sabe que ninguém vive de sonhos e ela quer, por tudo, sentir. Seja um puxão de cabelo que for, mas ela exige ser tocada. Com palavras, com mãos calorentas ou com olhares transitórios, mas que a faça sentir. Ela não consegue enxergar o mundo que existe além dos seus olhos. Ela, simplesmente, se rende a um mundo inventado, a um mundo surreal. Feito por ela e para ela. Pobre menina a sonhar.
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