19 de fev. de 2008

coração quieto. mundo estranho..

Com você também é assim?!
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É só comigo ou você também sente que o mundo é estranho, gira descompassado?! Não sei o seu mas o meu roda, roda e tem mania de voltar ao mesmo lugar. Parece que gosta de ilusões. Parece se excitar com "continuidades". E eu não aguento mais as fantasias nem o que finge ser óbvio. Eu tenho medo do provável. Eu tenho uma tremenda antipatia por quem só espera "fazer sentido".

Meu coração sente uma intensa repulsa por rimas formadas, por alegrias controladas. Eu gosto é do transitório. Eu tenho admiração nata por quem rir do ridículo. Eu me excito com gente que ri alto. Alegria calada é triste. E eu pergunto: cadê os versos sem rimas da minha vida? Em meu coração habita um ser que grita em meus ouvidos, cobrando por menos "quase sempre". Talvez ele tenha cansado dessa constância. Há uma vontade tão intensa de fugir desse mundo invariável que me deixa exausta.

Eu exijo que meu mundo não volte para o mesmo lugar ou, então, eu não vou aguentar esse ser me atormentando por não querer mais esse tal de "quase sempre". Ele exige mudanças e viver à risca do que é estranho. Há em mim uma sede incontrolável de explodir, de me permitir. Não quero o meu coração no modo "stand by". Isso me rouba as energias, sem proveito algum. Eu quero gastar as pilhas, descarregar as baterias com toques violentos, olhares marcantes e alegrias exaustantes.

Eu sou feita de uma alma exaltada, impaciente e cheia de saudade. Pronta para provar, para experimentar. Pronta para se envolver. Tenho a voz calada e tímida, mas há em mim a ansiedade que esgueira-se por entre os meus gestos e as minhas mãos. Aqui estou eu, lutando para que meu mundo não volte. Lutando para que o meu coração sinta. E que esse ser que habita em mim não mais grite, suplicando por menos e por mais, ao mesmo tempo.
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13 de fev. de 2008

poderia ter bagunçado menos?

13 de fevereiro de 2008



ontem você perguntou por mim. Fiquei inquieta. rodei na cama. Baguncei os cabelos. Sem sono. De repente tudo se misturou aqui dentro. Como se algo tivesse que ser encontrado. Não sei se foi. Poderia ter feito menos bagunça em mim?

9 de fev. de 2008

sem paciencia pro coracao!

09 de fevereiro de 2008


Como escutar um não de quem você ama e não querer chorar?
Como vê-lo jurar amor à outra pessoa e não sentir o coração quebrar?
Me diz. Eu insisto. Como estar com a agulha e a linha na mão, terminando de costurar o coração e, de repente, sentir que o nó não foi bem dado? Sentir que a linha se solta aos poucos e faz doer?

Licença, mas acho que vou colocar meu coração pra congelar.

5 de fev. de 2008

pobre menina a sonhar

06 de fevereiro de 2008

Ela insiste em viver um amor surreal. Insiste em exergar o que não existe e fazer disso o bastante. Talvez porque o coração não esteja disposto a se entregar assim, de cara, num amor real. Logo ela que sempre achou que pensar demais era perca de tempo. Logo ela que não tá para fingimentos.

Talvez ela acredite que o sonho que a invade, mesmo estando de olhos abertos, seja o bastante para lhe provocar a volúpia que seu corpo e sua alma exigem. E desse sonho ela não se desfaz. Ela tem o poder de voltar quando quiser. Voltar de onde parou. Ela tem o poder de mudar o que fere. E seu mundo fica estático, imóvel. Paralisado naquilo que não é real. E ela perde tempo, imaginando como seria romântico.

Tudo, ao mesmo tempo, acontece e não acontece. Apenas não existe e, ainda assim, a faz suspirar. A verdade é que ela sabe que ninguém vive de sonhos e ela quer, por tudo, sentir. Seja um puxão de cabelo que for, mas ela exige ser tocada. Com palavras, com mãos calorentas ou com olhares transitórios, mas que a faça sentir. Ela não consegue enxergar o mundo que existe além dos seus olhos. Ela, simplesmente, se rende a um mundo inventado, a um mundo surreal. Feito por ela e para ela. Pobre menina a sonhar.
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4 de fev. de 2008

Quero brigadeiro

02 de fevereiro de 2008

Feriado de carnaval. Estou em casa. Haja pensamento pra tirar do armário. Não tem jeito. Eu desisto, a desorganização é grande. Entendo uma parte e na outra desisto! É sempre assim. Um ciclo. Minha vida roda, roda num instante. Tamanhas e tolas são as voltas do meu coração. Eu já aceitei. eu vivo num ciclo de entender e não-entender. É assim que tem que ser. Já disse. Não tenho o controle de mim. No quarto mais escuro. No feriado mais calmo. Eu entrego os pontos. E penso. E surto. Tá. o que eu pensei? Essa listagem é impossível. os pensamentos me escapam. Sim, eles têm vontades próprias. Preciso de algo que me prenda a atenção. A preguiça grita em mim e pensar exige muito esforço.

cadê meu brigadeiro? só assim pra esquecer o coração.
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o último biscoito.

01 de fevereiro de 2008

Quem nunca se sentiu o último biscoito do pacote?
.e será ele o mais esperado ou apenas o que sobrou?
se é bom ou se é ruim. eu não preciso saber.

hoje não há coração pra lamentar.

isso, me toque!

19 de janeiro de 2008

Às vezes a bagunça que se encontra aqui está tão abusiva, tão arrogante que me cansa. Nunca fui corretíssima. Quase nunca fiz o que era totalmente certo, normal ou cabível. Sempre tive meus dramas, meus surtos, meus exageros e minhas saídas escondidas. Nunca fui tão comportada, como parecia. Não sou de sorrir pra todo mundo, afinal nem todos precisam gostar de mim. Perturbo-me com qualquer sorriso torto. Sou de mudanças. Num dia ‘não vou com a sua cara’ e no outro eu me apaixono. Quase nunca estou pra padrões, mesmo porque sou passageira, dividida. Mudo feito a moda. Eu não estou aqui para verdades absolutas ou rimas na ponta da língua. Então não finjo felicidade. Minha vida não é feito uma equação de álgebra. Eu gosto do imprevisível, do espontâneo. Detesto essa mesmice tediosa e inevitável. Por isso vôo em pensamentos. Por isso me afogo em palavras e faço delas a minha festa ou a minha loucura. Venha-me com o coração na mão, com a saudade te tirando o fôlego e completamente à flor da pele. Eu quero alegrias gritantes. Quero gente falando e me tocando de forma exaustante. Sim, quero que me toquem. Quero que do meu coração saiam faíscas. Não quero mais o médio, o morno ou o raso. Estou pronta para alturas ofegantes e para o “frio e o quente” que você quer me dar. Eu estou pronta para acreditar em profundidades. Pronta para abrir as asas e aprender a voar.
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Vibe positiva

Hoje peguei uma caneta , um pedaço de papel meio rasgado e começei a escrever. Desinterrei tudo que estava em mim. Me entreguei, me despi. Agora estou com desejos. Quero mudanças. Por favor, permita-me saber o que é bom pra mim. Não me interrompa! Eu não me importo em cair do salto alto. Eu não quero estar certa sempre. Eu preciso fazer uma reeducação mental.

Preciso organizar meus pensamentos, minhas emoções, minhas vontades. Cansei dessa bagunça que não me traz brilho aos olhos. Não há mais espaço para pensamentos negativos, emoções forjadas e vontades idiotas. Se for pra bagunçar, então que seja uma bagunça de boas vibrações. Eu permito que aquilo que me faça sonhar, sorrir e amar entre e promova festa dentro de mim. Com direito a bebida grátis e muita pegação. Mas eu não quero cultivar o que me faz mal.

Meu coração tá com fome do que engorda de um jeito que faz bem à cabeça, ao corpo e à pele! Então, você aí que tem apenas um sorrido feliz e uma vibe positiva, vem! Pode entrar! Venha apenas com o coraçao na mão e com toda a emoção à flor da pele! Eu não quero mais gente sem nada por dentro. Cansei de todas elas.

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êpa tempo!

Ahhh que vontade de ir à praia, num solzinho que esquenta até as idéias. Vontade de tomar uma água de côco e aproveitar que estou de bem com a cabeça dura. Sabe, hoje eu fiquei lembrando dos meus tempos de escola. Lembrei da euforia para comprar o material didático. Lapiseira nova, caderno novo e muita coisa fofa... Eu sempre me deparo com esses momentos nostálgicos. Fico lembrando e relembrando as gargalhadas, os amores mal resolvidos, as cartas queimadas, as amigas unidas. Tão ingênuas, sonhadoras. Parecia que tudo era possível.

"Oh! que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais..."

E que saudade eu tenho, siim! Mas não quero voltar no tempo. E nem quero ir embora pro futuro. Quero tudo do agora! Nada de máquinas do tempo. Sabe-se lá se vou gostar ou não do meu futuro né?? Então, deixa pelo menos eu viver sem saber onde vai dá. Imagina se eu consigo uma máquina do tempo e vejo um futuro desastroso? Sem emprego, sem marido e com toda a frustração visível no meu corpo, na minha cara e, pior, na minha cabeça??? Quer saber, não tô dando conta nem das minhas responsabilidades, imagina querer assumir as do Tempo. Deixa o Tempo trabalhar porque se ele ocupado às vezes atrapalha imagina ele tirando férias
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o tal do banho de brilho..

E que vontade de fazer algo estúpido! Você já experimentou? Dou a maior força! Vontade de sair um pouco do meu mundo. Conhecer desejos inéditos, mentes estranhas. Vontade de dançar. Sacudir os cabelos. Cachaça ou conhaque e tentar esquecer o mundo num instante. Esquecer perguntas chatas. Decisões difíceis. Talvez surtar um pouco, mas sair dessa mesmice aguda e tediosa. Vontade de sair com o som na mão, tocando uma música que me entope os ouvidos. Cantar. Desafinada. Barulhenta. Feliz. O telefone toca. E quem liga? Deixa pra lá! Devaneios. Desconexos. Filosofias baratas. Talvez seja melhor parar de dar banho de brilho nos cabelos. O meu cérebro já está sendo afetado!

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Aperriada feliz

Porque o bom mesmo é sentir medo, frustração e alegria. Tudo ao mesmo tempo.
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Eu quero sentir a emoção de ver o pôr do sol todo dia, seja num fim de tarde sem muitas novidades ou num dia em que o meu riso esteja solto na boca. Eu não tenho medo da morte, eu tenho medo de não viver como deveria. Aliás, eu tenho medo dos dois.

Às vezes tenho raiva quando sei que perdi ou estou perdendo tempo com coisas fúteis. Mas aí, eu percebo que isso também faz parte. Se olhar por outro lado o que é fútil pode me gerar boas gargalhadas. A decisão de rir ou não está em mim. Porque que a gente insiste sempre em classificar o que é bom ou ruim baseada em teorias superficiais e monótonas?

O bom mesmo é viver do jeito perturbador. Não sei você, mas eu quero sentir. Eu preciso sentir, seja lá o que for. Não aguento um coração quieto, como se tivesse cansado da vida. Eu quero algo que me prenda a atenção e mexa com as minhas emoções. Eu não quero o que não é nem quente e nem frio, nem bom e nem ruim, nem forte e nem fraco. Tô cansada do lado morno da vida. Eu quero os dois, a toda hora. Sem restrições, sem ladainhas, sem sermões. Eu quero o forte e o fraco e porque não?!

Essa vida de “mais ou menos” não tem graça. Eu quero confidências fortes, eu quero segredos loucos, eu quero tapa na cara de coisas intensas. Eu quero mover o meu corpo num ritmo provocador, seja de ódio ou de paixão. Eu só não faço questão do “nem isso e nem aquilo”. É severo, mas quando menos se espera, tudo some e eu não quero pular nenhuma fase. Eu quero me permitir. Eu quero o vento forte batendo no meu rosto e sacudindo as minhas bochechas, eu quero perder o ônibus, tropeçar numa pedra e conseguir rir disso tudo. Ou não e ficar com raiva e soltar quinze palavrões se isso for possível e preciso, sem que eu me sinta criticada ou rotulada.

Eu quero ter permissão pra ficar triste e feliz no momento exato pra mim. Eu quero a água salgada do mar banhando e ressecando os meus cabelos. Eu quero sair com os amigos e voltar pra casa bem tarde, mesmo sabendo da prova no dia seguinte. Eu exijo que minha vida me faça penar, suar, brigar ou até mesmo pagar um mico daqueles, mas que ela não me faça dormir arrependida por não ter feito. Eu exijo que ela me faça sentir o bom e o ruim, tudo ao mesmo tempo, mas que ela não me venha oferecer de novo esse tal de “mais ou menos”, esse tal de "o que viver". Senão, por favor me diz, qual é a graça?

É o bastante para uma alma com fome.
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Feliz Ano novo! .. .. SUA VACA!

30 de dezembro de 2007

Sim, um novo ano já está chegando. É engraçado mas o 'ano novo' carrega em seu título um número incrível de grandiosas expectativas. O reveillon inspira o desejo de recomeçar. Seja decidir emagrecer pra valer e seguir aquela dieta brochante ou guardar dinheiro e depois acabar gastando tudo em cosméticos.

Na verdade, não importa o que seja porque há sempre aquela inspiração de mudar. Não é só roupa nova ou cabelos escovados num brilho quase nunca visto. É bem mais que isso. É irônico como as pessoas depositam na madrugada de um novo ano, o marco inicial para uma nova vida. Pena que poucos são os que percebem que ano novo e vida nova não são nada se não buscamos um pouco mais de humanidade. Depois da madrugada de fartanças, gargalhadas num ambiente em que todos se unem e arquivam as diferenças, o sol volta pela manhã e mais um dia surge. Aqueles que se odeiam voltam a não se suportar porque a mágica do reveillon não continua. É fugaz. Foge numa rapidez incabível.

A idéia de estarem unidos na tentativa de aceitar os defeitos, simplesmente, some. Desaparece com a rapidez que não permite flashes. E o que adianta tanta alegria, tantos sorrisos aparentemente felizes se depois da madrugada todos pegam de volta a arrogância que foi guardada no armário? Não valeria mais a pena se todos pensassem assim: " nesse ano que está chegando, eu tentarei ser mais paciente e aprender a perdoar e a aceitar os outros" ? É uma pena que isso não aconteça.

É uma pena que o ano seja novo mas que as pessoas continuem egoístas, covardes e desamorosas. É uma pena que a vida continue no mesmo ritmo não muito sedutor e totalmente repugnante. Seria de uma primazia imensa se todos desejassem ser mais solidários com a mesma dedicação que possuem ao desejar ganhar mais dinheiro.

Seria de uma primazia imensa se, ao desejar Feliz Ano Novo pra alguém não significasse, na verdade, a vontade enrustida de gritar SUA VACA. Será esse um desejo impossível?

A gente espera que não.
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Assim como Rubem Braga:

"Desejo à todos um FELIZ ANO NOVO com muitas virtudes,boas ações e alguns pecados agradáveis, exultantes, discretos e, principalmente, bem sucedidos".


então, Viva a ESPONTANEIDADE!

Sorrir demais, pra quê??

Não, não sou fã de gente efusiva.
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Tô cansada de gente chata. Cansada de gente que fala, fala e não diz nada! Gente que tem um nariz arrebitado, uma cara lavada e um coração inútil.Tô cansada, de verdade, dessa gente que te olha - analisa. Não sei você, mas eu não tenho paciência pra gente prestativa demais. Fico confusa com aqueles risinhos exagerados e que você não consegue distinguir entre o simpático e o forçado para definí-los.

Eu me canso de gente que quer parecer estar bem sempre. Eu não entendo pra quê forçar tanto. Aqueles sorrisos camuflados são os piores. Ser educado sim,mas fingir felicidade? Não, isso não. Bom mesmo é agir com o coração. Tudo bem que você queira espantar a tristeza com um sorriso. Mas isso muitas vezes não funciona. Então, que tal expulsar logo aquilo que está machucando? Todos temos um coração que sente!

Às vezes se está bem e outras, não. Bom mesmo é ter um sorriso feliz, estar com o coração na mão, com a alma saltitante e com a felicidade à flor da pele. Ninguém precisa mostrar felicidade o tempo todo pra ser gentil, educada e adorável. Ninguém precisa camuflar sentimentos. Na boa, pra quê colecionar mágoas? Melhor mesmo é deixar extravasar.

Existem coisas que nos ferem de uma forma tão severa que nem adianta esse papo de "enxergar o lado bom da vida" porque, ainda assim, elas nos machucam e ainda é preciso superá-las. Então, que o riso seja sincero e feliz pra fazer valer a pena. Sorrir querendo chorar acaba com a beleza, tão rara, de ser espontâneo. O melhor é chorar, é expulsar tudo que incomoda e que machuca. Sorrir pra tentar aliviar a dor? Sim! Mas sorrir pra agradar os outros? Jamais.

Ninguém nunca nos entenderá tão bem para que possa nos conduzir. Então, bom mesmo é agir conforme a música que toca dentro de si.
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Nem tudo tem um porquê

11 de dezembro de 2007

"...Entender é sempre limitado. As coisas não precisam mais fazer sentido. Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada..."

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Não, eu não sei bem quem sou. Sou cheia de indecisões. Sou cheia de sonhos. Cansei de tentar me decifrar, tentar me definir. Sou estranha. Sou complicada. Sou esquisita. Sou de fases. A verdade é que eu sou uma bagunça de certo. Tentar me entender é o caminho mais curto para me encher de mentiras e entrar na moda do 'padronizar'. Sim, padronizar os sentimentos, as verdades, o certo, o imoral. E isso, eu bem sei que não quero.

Eu quero mesmo é explodir minhas emoções e não guardá-las num potinho. Não tenho medo de rir das minhas mancadas. Eu gosto do confronto: eu versus eu mesma. Não temo ridicularizações. Eu faço de tudo mas não deixo o dia escapar. Eu mergulho, eu me entrego e nem sei o que é 'razão'. Pensar leva muito tempo e o meu coração é apressado. É impaciente demais para esperar. Eu gosto do espontâneo. Eu gosto do inventado. Já percebeu que quanto mais pensamos, menos sentimos? Então, evito pensar e perder tanto tempo buscando a melhor forma de IR sem se magoar quando voltar.

Eu gosto do improviso e este não combina com raciocínio. Prefiro correr o risco de sofrer do que o risco de perder aquelas boas e sinceras gargalhadas. Eu me permito sentir, eu me permito extravasar. Acho até mágico o cair das lágrimas. Por isso, eu odeio quando meu lado inútil e covarde insiste em “dar as caras”. Quando insiste em me alugar. Eu tenho pavor das minhas crises de medo. Minha cabeça dói e fico com uma expressão nojenta e mal humorada.

Então, apenas me respeite, porque até mesmo eu não me suporto. "E se me achar esquisita,me respeite também, até eu fui obrigada a me respeitar" , já disse Clarice Lispector.
Os meus sentimentos são de uma intensidade tão absurda que, às vezes, tudo que eu queria era ser menos. Menos intensa. Menos exagerada. Minhas fantasias, meus sonhos me consomem de tal forma que já não cabem em mim.

Talvez eu me sinta bem, me limitando a não entender.
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um passo a mais.

24 de novembro de 2007

•.
Parei e olhei pra tudo que já tinha deixado. Percebi quão longo era o caminho empoeirado que já havia percorrido...Fiquei espantada quando me vi confusa e sem mais saber onde daria aquela direção. Olhei mais longe e vi o sol se pondo num horizonte tão diante a mim. E, novamente me senti aconchegada. Parecia que estava indo pra casa.

E ali fiquei, paralisada... Como se o meu mundo se resumisse naquele instante... Como se fosse o bastante... E era...
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se retirar.

22 de novembro de 2007

Eu estava deitada, escutando Michael Bublé - home. Não sei dizer exatamente o porque, mas essa música me toca de uma forma alucinante. É automático. Ela toca. Eu enlouqueço. Eu me embebedo em pensamentos. Eu quase me afogo nesse mergulho inevitável na alma. E eu senti vontade de ficar em casa. Senti vontade de me refugiar naquele lar de lembranças. Vontade de reviver o que passou. O que não volta mais. E eu vi que o meu sonho é apenas o meu sonho. E por mais que eu quisesse, nem tudo soa como achamos que deveria. E então, uma voz profunda me alertou. Me incomodou, gritando que eu não poderia carregar comigo o que me era tudo. Os sorrisos de antes. Os sorrisos de agora. Nada. E olhei em minha volta tudo o que me era feliz. E queria só pra mim. Mas, tudo estava concentrado em nada. Imerso na ausência do agora em diante. Eu poderia até ter me sentindo sozinha. Falho. Mas não, não foi isso não. Envolvida nessa transparência da minha alma, eu percebi que existe um lado em mim que é impossível abandonar. Oh, I miss you, you know. Sim , eu tenho saudade. Da infância. Da ingenuidade. Do perigo perdido na inocência. De você. I just wanna go home. E deitar na minha cama novamente. Sonhar. É como se eu tivesse que ir. É engraçado. Essa música desperta em mim a ânsia incontrolável de permanecer em mim. De não precisar de mais nada. A não ser de um lugar tranquilo (lembrei da praia na ilha de florianópolis) onde eu possa me perder nesse labirinto de palavras. Toques. Olhares. E defeitos do meu lar. Do "dentro de mim". Do que é meu. Do que me basta. E é verdade. Por alguns instantes, é possível acreditar que a bagunça do meu lar. Do meu peito. É o bastante. E tão somente, o bastante para não ignorar o mundo que eu conheço tão bem. E assim, tão somente, ser feita de saudade. Feita de sonho. Let me go home It all will be alright I'll be home tonight...

take your time!

20 de novembro de 2007

Sabe, hoje eu acordei pensando nas minhas decisões. Nas escolhas que devem ser tomadas. Nas prioridades que devem ser reveladas na minha vida. Mas, porque esse desespero agora? Na verdade, eu bem sei o 'porquê'. A sensação de velhice é horrenda! E olha que acabei de entrar na casa dos 20... Isso acontece porque as pessoas têm a mania de depositar nessa década todo o futuro das suas vidas: "É agora que as coisas da sua vida precisam tomar rumo" Precisam? Como assim? Nossa, que responsabilidade. É como se todo o seu destino tivesse a obrigação, o dever de ser sentenciado nessa década. Os 20 e poucos anos. Caso contrário, é como se nada mais pudesse ser conquistado, pudesse criar rumo. São bobagens.Toda hora é o agora para fazer acontecer. Para fazer valer a pena. Não importa que tenha 20, 30 ou 40. O importante é satisfazer a alma. O importante é seguir em uma direção que possa lhe causar entusiasmo, que possa oferecer prazer, loucura e "gostinho de quero mais'. Chega dessas limitações. Auto censura é algo deprimente e angustiante. É a pior de todas as censuras. Sem dúvida. Bom senso é o bastante. A sociedade tem necessidade de rotular. E o pior, é que a maioria permite que haja tal rotulação. Eu sempre quis saber: quem determinou o grau de sanidade? Quem determinou o que é feio, o que é bonito ou o que é imoral? Por favor, eu insisto, quem padronizou os sentimentos? Amar o bonito, desprezar o feio e o imoral. Rótulos só servem para impedir a espontaneidade. E é disso que preciso. Eu quero mesmo é ser menos planejadinha. Ser menos previsível. E deixar acontecer. Deixar as águas rolarem. Clichê? Quer mais clichê do que essa sociedade rotulada, previsível e desgastada? Eu quero mesmo é ser espontânea. É ser e ter a minha realidade. Não sou rebelde. Só quero mesmo é ter o meu tempo. O tempo certinho para as minhas conquistas, minhas escolhas, minhas decisões. O tempo certinho, feito pra mim. Querer muito? Tavez, mas posso tentar. Na hora errada, as palavras enfraquecem. Fico sem voz,. Fico sem ação.
A verdade, é que o meu coração não funciona sobre pressão

Pés no chão do coração

15 de novembro de 2007



Eu quero pra sempre essa energia boa dentro de mim. Por mais que os medos e as indecisões insistem em existir, meu coração está tranquilo. Sabe aquela vontade de seguir em frente, mesmo sabendo que pode ser um passo errado e que num futuro incerto eu possa me encontrar cheia de amarguras? Não me faz mal, agora não. Eu sei, eu sinto que se eu desistir, eu nunca vou me perdoar por isso e minha vida se resumirá sempre naquela dúvida dolorosa: e se eu tivesse continuado? E se tivesse dado certo? Quer saber? Eu não quero essa dor impiedosa no meu peito. Eu não aguentaria. Eu quero mesmo é ir a luta, assim como no Poderoso Chefão. Chega de permitir que o medo decida o meu caminho. Até o dia em que eu mudar de opinião, eu vou acreditar no que acho certo e vou à luta. Com receios sim, mas principalmente com coragem. Coragem de fazer e de ser. Se nada for real aí eu sei que precisarei ser perseverante para começar tudo outra vez. Mas eu sou uma metamorfose ambulante. Mudo o meu rumo, mudo de opinião, mas não desisto de procurar por aquilo que me faz bem. Chega de conselhos: 'ponha os pés no chão'. Obrigada,mas comigo não. Eu vou sim fincar meus pés, mas no chão do meu coração. Vou colocar os pés na estrada da minha alma. E vou em busca do que é certo pra mim, nem que seja por enquanto. O que me importa é o agora. Chega de ontem, chega de amanhã. E se tudo der errado, não viro hippie não. O bom mesmo é voltar pra estrada e seguir em outra direção. É, é isso que devo fazer. Fincar os pés? Só se for no chão do meu coração.

Cartão de memória

Me vende um??
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"Não, meu coração não é maior que o mundo. É muito menor. Nele não cabem nem as minhas dores. Por isso gosto tanto de me contar. Por isso me dispo, por isso me grito..."

Insisto em dizer que meu coração é muito menor do que tudo que eu posso sentir. No meu coração, assim como fala Drummond, não cabem nem as minhas dores. Não suporta a responsabilidade de minhas paixões, dos meus desejos impossíveis. O meu coração tem uma capacidade tão pequena para tantos sonhos, tantas dores, tantas incertezas. Talvez seja por isso que eu necessite tanto de palavras ou de possíveis explicações para alimentar o que está vazio.

Eu sou feita de frases ambíguas, de versos sem rimas. E eu preciso tentar me entender. Eu preciso aprender a viver com o que me amedronta, o que me atormenta e que, ao mesmo tempo, me faz querer viver. Viver pra me entender. Viver pra me buscar. Sabe quando você acredita não precisar de mais nada, a não ser você mesma e depois de um tempo você percebe que só a sua alma não é o bastante? E que você precisa compartilhar suas dúvidas, suas incertezas por que dormir com elas está se tornando uma tarefa cada vez mais árdua e impetuosa? Sabe quando você sente que precisa de alguém que saiba entender o que ocupa a sua mente da maneira que você precisa sentir?

Não é questão de busca incansável pelo outro. É a busca que você precisa ter na ânsia de encontrar a tradução da sua alma. Que confuso. Mas é assim que acontece. Eu estou me sentindo em minha pior versão. E eu preciso que alguém de carne e osso me entenda e me faça acreditar que as mudanças podem me fazer bem. E que às vezes, o que é ruim se torna bom. E o que dói, um dia conforta de maneira que me faça feliz por ter sentido tal dor em meu peito.

Eu preciso que alguém me toque sem encostar um só dedo em mim. Eu preciso que alguém toque a minha alma. Eu necessito ser, delicadamente ou bruscamente, tocada. Mas eu insisto que uma pessoa só me faça mergulhar em verdades. Por mais doloroso que isso possa ser. Não quero mentiras. Não quero gentileza. Eu quero o real. Eu insisto em ser compreendida de maneira nua e crua. Sem exageros, sem receios. Apenas o nu e o cru da minha alma.
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Sem asas pra voar

Será preguiça ou será cansaço?!

Sabe quando aqueles dias sem inspiração batem na sua porta e dizem: Resolvi te visitar! Pois é, esses dias estão hospedados aqui na minha alma e nem a diária querem pagar! (E olha que o tempo é longo e o custo é alto!)

A minha vida anda sem novidades empolgantes. Aquelas do tipo que você tem vontade de abraçar o mundo inteiro e acreditar que todas as pessoas apenas te querem bem. Não que eu esteja defeituando a todos e nem queira abraçar todo o mundo. Só não tenho a sensação de querer voar. E eu não preciso de muito. Bastam boas gargalhadas e alguns quilos a menos. Sei lá.

Talvez eu queira culpar os dias quando a responsabilidade de não estar inspirada é completamente minha. Agora minha mente está cheia de outras ilusões. Aliás, está quase estourando de tanto pensar, imaginar, sonhar. Esse é meu problema: fantasiar demais. E aí, quando a realidade toca em mim o meu coração sente o impacto desse meu "descontrole" emocional. Quem dera eu poder me iludir menos, desejar menos. Fantasiar menos.

Quem dera eu não me decepcionar tanto com acontecimentos contraditórios e esperanças matadas na unha. Quem me dera não ser tão intensa em meus pensamentos e não sentir o coração batendo tão forte a ponto de me deixar sem ar. Quem me dera não me pegar deitada na cama, criando ilusões, fantasiando a minha vida como se não tivesse chances de dar errado.

Quem me dera, por uma vez, deixar a tensão de lado e acreditar que posso sim fazer com que tudo dê certo. Mas como?! Minha mente cria mil realidades pra mim, sem mesmo que eu desconfie. Apenas acontece. E minha alma flutua diante de sorrisos baratos e eufóricos, olhares intensos e viajantes e quando eu menos espero, a realidade me toca e me traz de volta pro meu mundo real, chato e sem brilho. Por enquanto, eu diria?!
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